Casos de corrupção exigem mudanças radicais nas empresas

Casos de corrupção exigem mudanças radicais nas empresas

Após protagonizar escândalo mundial de corrupção em 2007, Siemens se tornou referência em compliance

RAQUEL BRANDÃO – O ESTADO DE S. PAULO
12 Abril 2016 | 05h 00 – Atualizado: 12 Abril 2016 | 10h 45

Assumir o erro, criar programa de fiscalização e agir com rapidez são passos essenciais para recuperar a credibilidade

Reformular-se. Essa foi a medida adotada pela Siemens após protagonizar um dos maiores escândalos de corrupção da Alemanha. Investigada por autoridades do seu país e dos EUA, a companhia pagou, em 2007, uma multa de US$ 1,6 bilhão por subornar autoridades de diversos países para conseguir contratos atrativos. Nesse mesmo ano, a empresa tomou um importante passo: consolidou seu departamento de governança corporativa e adotou um sistema de compliance bem estruturado.

Além do pagamento da multa, alguns passos foram adotados. A Siemens colaborou com as investigações das autoridades, afastou funcionários corruptos e assumiu um programa de fiscalização e regras. Tais medidas fizeram com que a empresa se tornasse um modelo de governança corporativa, mesmo após o escândalo. “Não tivemos vergonha de assumir nosso erro, o que talvez seja um dos grandes desafios do mercado brasileiro”, pontua Reynaldo Goto, diretor de compliance do grupo no Brasil, onde fraudes em contratos de trens de São Paulo foram descobertas em 2013 e denunciadas ao Ministério Público.

Estratégia semelhante tem sido tomada pela Petrobrás, cujos contratos e membros são investigados pela operação Lava Jato. Em 2015, a diretoria de Governança, Risco e Conformidade foi criada e em dezembro do mesmo ano o hotsite “Daqui pra frente” foi lançado para executivos responderem aos principais questionamentos do público. A estatal também realiza pesquisas com o público externo. “Os resultados apurados contribuem para nortear as ações da companhia em busca da recuperação de sua imagem”, afirma a empresa.

Recuperação. Mas voltar a ter credibilidade não é uma tarefa fácil nem rápida. “A empresa pode errar, mas o que determina se ela vai resistir é como se comporta durante e depois da crise”, explica o professor de Gestão de Crise da ESPM, Leonardo Mancini.

A primeira coisa a se fazer é investigar, preferencialmente com equipes independentes. “Um escândalo é um tipo de crise diferente. É importante investigar antes para não passar qualquer informação equivocada”, diz Renato Franco, sócio da consultoria Íntegra Associados, responsável pela recuperação da Parmalat Brasil. Irregularidades cometidas pela empresa italiana se tornaram públicas em 2003.

“Concomitante à apuração, é preciso um melhoramento das medidas de governança. É primordial fazer uma análise de riscos, tanto do que aconteceu como do futuro”, diz Alessandra Gonsales, advogada especializada em compliance e sócia do escritório WFaria. “O compliance é contínuo, pois o fraudador sempre busca outras formas.”

O afastamento dos envolvidos também é fundamental, segundo os especialistas, para resgatar a credibilidade. Mas muitos desafios se sobrepõem, como lidar com os nervos da equipe, que teme demissões, e dos acionistas, que se preocupam com a rentabilidade dos seus investimentos. “Além de informar os fatos relevantes, é importante a empresa mostrar aos acionistas que ela está se mexendo”, diz Alessandra.

“A única coisa que diminui a ansiedade e a queda das ações é a melhora da percepção, além de rapidez e clareza nas informações”, afirma Franco.

Mais do que tudo, a empresa precisa se reavaliar. “É preciso olhar para dentro e redescobrir seus potenciais e trabalhar nisso”, destaca o diretor da Siemens.

Foco na gestão é arma contra a crise

Foco na gestão é arma contra a crise

Boas práticas são ferramenta para companhias manterem o crescimento diante de um ambiente econômico desafiador.

Empresários enxergam o ano de 2016 como mais uma página difícil a ser virada na história da economia brasileira. Com o agravamento da crise política no País e o ambiente mais desafiador para os negócios, os olhos se voltam para a otimização das operações das empresas. Nesse contexto, o reforço das boas práticas de gestão se torna crucial para encarar a turbulência.

O conselheiro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) Robert Juenemann defende uma integração maior entre os órgãos da alta administração para melhorar o desempenho das companhias: “2016 será um ano de muito trabalho e de busca de mais sintonia entre os conselhos, diretorias e acionistas”, afirma.

No agronegócio, a gestão é determinante para o desempenho das empresas: “A inovação está ligada ao melhor uso da tecnologia, dos recursos humanos, do planejamento e da forma de condução dos processos”, diz o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho.

Já para o presidente da FecomercioSP, Abram Szajman, as medidas estruturais são a base para a melhora no cenário: “Se houver avanços nas reformas estruturais, na redução da burocracia e da carga tributária, estará aberto o caminho para a recuperação da confiança perdida e a reversão do ciclo recessivo atual. O que depende muito mais da esfera política do que da econômica”, defende.

Pequenas empresas. O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, afirma que não é possível falar em boas práticas enquanto não houver um ambiente saudável em que empresas menores possam desenvolver seu negócio. Ele defende a liberação de crédito para os pequenos como uma forma de fazer esses empresários “perderem o medo de crescer”, o que pode impulsionar a atividade econômica: “Como é possível falar em governança em uma empresa para a qual é negado o oxigênio?”, questiona.

OPINIÕES DOS LÍDERES

Robert Juenemann – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

Integração na alta cúpula e retenção de dados são tendência

1-12janA governança continua sendo uma jornada. Assim, 2016 será um ano de muito trabalho e de busca de mais sintonia entre os conselhos, diretorias e acionistas, de modo a atingir um alinhamento de decisões benéficas para as empresas. 2015 deixou lições importantes e temas que devem estar no cardápio dos conselhos. A definição de uma política de retenção e utilização de dados é um deles, já que permite à empresa demonstrar a robustez – ou não – de seus processos, da motivação para a tomada de decisões. Desafio igualmente importante é fazer com que órgãos da alta gestão sejam mais integrados. As estruturas devem estar presentes, mas o mais importante é que elas funcionem e que entreguem a todas as partes interessadas a agregação de valor.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho – Associação Brasileira do Agronegócio

Gestão será o grande diferencial para o agronegócio em 2016

4-12janÉ justamente nos anos mais difíceis que a boa gestão aparece com mais intensidade. Certamente, em 2016 os resultados vão qualificar ainda mais aqueles que têm uma boa operação. Será um ano difícil, pois ainda não temos a menor ideia do que pode acontecer com a governança do País. Por isso, ela será um diferencial para o setor. No agronegócio, o mais importante é o que vem antes do processo industrial. O maior peso é justamente o da produção agrícola, seja qual for a cultura. Assim, tem-se basicamente uma indústria semelhante, mas a maior variabilidade está nos custos das matérias-primas, os verdadeiros diferenciais de competitividade. Assim, a inovação está ligada ao melhor uso da tecnologia, dos recursos humanos, do planejamento e da forma de condução dos processos como um todo.

Guilherme Afif Domingos – Sebrae

Empresas menores precisam de mais oxigênio

3-12janO grande problema das empresas menores está na dificuldade de obter crédito. Assim, elas se financiam com fornecedores e utilizam até cheque especial e cartão de crédito, modalidades com juros mais altos. Como é possível falar em governança em uma empresa para a qual é negado o oxigênio? É preciso liberar o compulsório dos bancos para injetar mais dinheiro na economia. Também falta concorrência ao sistema financeiro nacional e, no médio prazo, uma medida para melhorara situação seria criar uma empresa para emprestar ao pequeno empresário. Essas medidas visam a tirar o medo do crescimento, que torna a empresa parcialmente informal e prejudica muito a governança, pois impede que a companhia seja transparente para o mercado. Antes de cobrar boa gestão, é preciso criar condições para isso.

Abram Szajman – FecomercioSP

2016 será uma no de incertezas para comércio e serviços

2-12janEm 2016 deverá ocorrer um fato que não era observado desde o início da década de 1930: dois anos consecutivos de retração do PIB. O faturamento do comércio varejista em São Paulo deve registrar queda de 5% em 2016, quando a receita total de vendas deverá se situar no patamar de R$ 500 bilhões. Isso deverá ocorrer porque serão inevitáveis o crescimento do desemprego e o recuo da renda real, além da manutenção dos juros altos. Não se espera que a retomada do crescimento ocorra em 2016. Mas, se no ano que vem houver avanços nas reformas estruturais, na redução da burocracia e da carga tributária, estará aberto o caminho para a recuperação da confiança e a reversão do ciclo recessivo atual. Depende mais da esfera política do que da econômica.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO – B4 Economia TERÇA-FEIRA, 12 DE JANEIRO DE 2016

TJRO e Emeron realizam palestra sobre Governança de TI

TJRO e Emeron realizam palestra sobre Governança de TI

O Tribunal de Justiça de Rondônia, em parceria com Escola de Magistratura (Emeron) realizou na última sexta-feira (27/11), palestra com o objetivo de apresentar a Governança de TI como elemento fundamental para a otimização de recursos financeiros e controle interno, em conformidade com o Conselho Nacional de Justiça.

Determinadas pelo CNJ como algumas das atividades prioritárias da tecnologia de informação e comunicação (TIC) dos tribunais, a governança e a gestão demandam o desenvolvimento de competências e habilidades estratégicas para os profissionais da área responsáveis pelo planejamento, implantação, controle e monitoramento de programas e projetos de governança e gestão.

O presidente do comitê de gestão de TIC em Rondônia, desembargador Alexandre Miguel, agradeceu aos profissionais da área de TI do TJRO, que vêm trabalhando com afinco, mesmo no final de gestão. “A vinda do professor Uires Tapajós, palestrante do curso, demonstra que embora estejamos terminando um ciclo de gestão, estamos trabalhando como se fosse o primeiro dia”.
Para o palestrante, Uires Tapajós, governança quer dizer cuidar daquilo que não é nosso, dar transparência naquilo com que se trabalha, ou seja, um tema muito delicado e difícil de trabalhar, pois estamos em um País onde sempre tem alguém burlando o sistema. Tapajós afirmou ainda que “Governança é formalizar tudo o que acontece em uma empresa, vem para controlar”.

Minicurrículo do Palestrante
Mestrando em Engenharia de Software no Instituto de pesquisas Tecnológicas de São Paulo, Tapajós é especialista em Estratégias pela Fundação Getúlio Vargas. Possui as certificações: CGEIT (Certified in the Governance of Enterprise Information Technology), Auditor Interno de treinamento ISSO 20000, ITIL Foundation (v2 e v3), e Cobit Foundation. Tem experiência em consultoria e implementação das melhores práticas em empresas privadas e instituições públicas. Atua como instrutor oficial em ITIL, credenciado pelo EXIN e a itPreneurs.

IMG_1310

Fonte: TJRO Noticias – Segunda, 30 Novembro 2015 10:12 – http://www.tjro.jus.br/noticias/item/5587-tjro-e-emeron-realizam-palestra-sobre-governanca-de-ti

“Auditoria do futuro” promove evolução do trabalho do auditor

“Auditoria do futuro” promove evolução do trabalho do auditor

Dois estímulos têm afetado o trabalho da auditoria independente, abrindo caminhos para uma grande mudança. O primeiro vem do mercado em geral. Empresas, reguladores, investidores e a sociedade demandam, cada vez mais, que os auditores sejam mais proativos e prospectivos, incorporando inteligência de negócios e tecnologias às suas obrigações regulamentadas, ultrapassando as usuais análises retroativas de demonstrações financeiras.

O segundo é, ao mesmo tempo, estímulo e um dos caminhos que permitirão um avanço nessa prática. Trata-se da ascensão das tecnologias e do vertiginoso volume de dados disponíveis. Esses dois fatores municiam o auditor com novos recursos para seu trabalho diário, permitindo a ele continuar a apoiar decisões de investimento e diretrizes de governança de forma mais determinante na construção de um ambiente de negócios sólido.

Juntas, essas frentes movem a atuação do auditor para um novo momento, que já vem sendo chamado de auditoria do futuro. “Em suma e na prática, empresas e investidores buscam conclusões mais abalizadas e informativas, que os auxiliem a tomar decisões mais inteligentes. Isso requer investimentos significativos e uma mentalidade mais ousada do que a vista nas auditorias do passado”, diz Edimar Facco, sócio-líder de Auditoria da Deloitte no Brasil. “Eis o paradigma a ser quebrado: o olhar do auditor deve se voltar para o futuro.”

Um estudo elaborado pela Deloitte nos Estados Unidos com 250 agentes investidores, executivos financeiros e membros de comitês de auditoria ajudou a traçar um panorama a respeito de como será a auditoria do futuro. Questionados sobre a partir de onde a auditoria se transformará, os profissionais apontaram três focos: a necessidade de análises mais profundas, mais agilidade e eficiência nas entregas e uma abordagem inovadora do trabalho.

Tecnologia e capacitação

O consenso entre os entrevistados é de que os profissionais avancem no mapeamento das mudanças no cenário econômico e de negócios, adaptando-se mais rapidamente. “Há a demanda de que esse trabalho seja cada vez mais amplo, holístico e inovador”, diz Facco. “Nenhuma evolução, porém, ocorrerá sem considerar dois pontos: tecnologia e capacitação. Essas frentes são a base da abordagem cognitiva que define a prática da auditoria do futuro.”

Inovações tecnológicas, como os conceitos de analytics e de data visualization, além de recursos de business intelligence (BI) serão empregados a favor da auditoria. Do ponto de vista da capacitação, o caminho para o auditor do futuro inclui atualização constante e observância às normas. “Não se tratará de ter mais trabalho, mas de trabalhar melhor a partir de um círculo virtuoso em que se conectam plataformas, soluções, recursos e pessoas”, diz Facco. 

Os 5Is da auditoria do futuro* 

Intelligent Ferramentas e tecnologia levam a experiência da auditoria a um patamar mais elevado.
Intuitive Acessar dados em tempo real torna o processo mais intuitivo e ainda mais transparente.
Informed A execução passa a exigir conhecimentos sobre riscos, regulações, mercados e setores.
Integrated A entrega ultrapassa fronteiras, exigindo também maior interação em um ambiente global.
Insightful Além de fomentar confiança e transparência, também beneficia a tomada de decisões.

*Termos em inglês para inteligente, intuitiva, informada, integrada e esclarecedora.  

Fonte: O ESTADO DE S. PAULO – Terça-feira, 05 de janeiro de 2016 | ECONOMIA | B6

Crise aumenta busca por transparência

Crise aumenta busca por transparência

Turbulência econômica e Lava Jato aumentam a conscientização do empresariado sobre boas práticas de governança

O reforço da percepção de que é preciso mais transparência nos negócios foi uma das principais lições que o ano de 2015 trouxe para os empresários. As crises na economia e na política e os desdobramentos da Operação Lava Jato deixaram executivos em alerta, aumentar a busca por transparência nas relações com clientes, investidores, fornecedores e governos.

Para Camila Araújo, sócia da consultoria Deloitte, “percebeu- se que, quando há ruído na comunicação, é maior o risco de perda de participação no mercado e da confiança de consumidores e investidores, nacionais e internacionais”. Ela destaca a importância que a comunicação das empresas como mercado e com a sociedade adquiriu em um contexto de piora dos níveis de confiança.

Sócia do escritório Souza,Ceson, Barrieu & Flesch Advogados, Fabíola Cammarota considera a regulamentação da Lei Anticorrupção como o principal avanço: “À medida em que se implementam esses mecanismos, a governança se torna mais relevante”, diz.

Já para Roberto Di Cillo, sócio da Alceris Consulting, a verdadeira revolução foi trazida pela delação premiada, sem a qual não seria possível descobrir os esquemas de corrupção revelados pela Lava Jato: “Centenas de milhões de reais já foram recuperados em tempo recorde, e vale dizer que a um relativo baixo custo”.

Gastos. Os tempos de aperto também mostraram a importância de uma boa gestão do caixa, uma vez que o financiamento se tornou mais caro e, ao mesmo tempo, o nível de endividamento bateu recorde. Presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, Idésio Coelho vê uma mudança na visão quanto aos gastos nos negócios: “O grande legado do ano é justamente essa postura mais atenta a custos e mais exigente no cumprimento das normas, algo que já vinha evoluindo, mas ganhou mais força”.

OPINIÕES DOS LEITORES

Camila Araujo (Delloite) – Cenário desafiador vai deixar saldo positivo

camilaAraujoEmpresas estão mais conscientes da importância de divulgar informações de forma clara, pois é nítido o impacto que os níveis de transparência têm sobre os negócios, seja para o bem, seja para o mal. Percebeu-se que, quando há ruído na comunicação, é maior o risco de perda de participação no mercado e da confiança de consumidores e de investidores. Diversos setores da sociedade estão empenhados em estabelecer um cenário de ética e de transparência para o Brasil, começando pelas empresas, que já estão aprimorando seus processos internos e externos em termos de governança corporativa, pela implementação de instrumentos de conformidade. Com isso, a expectativa é que todos os acontecimentos recentes nos direcionem a um País mais ético.  

Roberto Di Cillo (Alceris Consulting) – A verdadeira revolução no combate à corrupção

robertoCilloPara quem acredita que a grande revolução de 2015 foi causada pela Lei Anticorrupção, essa opinião é significativamente contrária à ideia. Na prática, a Lei n. 12.850/13, que versa sobre colaboração premiada, foi o grande agente de mudança. Embora a colaboração premiada já existisse no direito brasileiro antes de 2013, foi a partir da lei que ela passou a servir como ferramenta no combate à corrupção. Com isso, os custos de investigação e sobretudo recuperação de ativos antes despendidos pelo Estado (e, naturalmente, onerando a sociedade) foram em muito reduzidos. Empresários devem estar atentos às modificações na colaboração premiada, para que as empresas das quais sejam sócios incorporem medidas eficazes que inibam a corrupção, independente de previsão expressa em lei. 

Fabíola Cammarota (Souza, Cescon, Barrieu&Flesch Advogados) – Implementação da Lei Anticorrupção é o maior legado

camilaCamarrotaA melhoria da governança corporativa é um processo constante e que se renova a cada nova norma editada. Trata-se de um processo irreversível e de construção progressiva, não sendo possível sair de um estágio inicial para o avançado de um dia para o outro. Com o aprimoramento do ambiente de negócios e ferramentas de investigação, o País procura seguir tendências mundiais e alcançar um nível de transparência compatível com seu mercado de capitais, ainda menos maduro que os da Europa e dos EUA. Mas à medida que se implementam mecanismos como a Lei Anticorrupção (12.846/2013) e são impostas consequências ao seu cumprimento, a governança passa a ter relevância cada vez maior. A regulamentação da Lei Anticorrupção, garantindo eficácia para sua aplicação e parâmetros claros ao seu alcance, é um dos legados de 2015. 

Edésio Coelho (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) – Empresários aprenderam a reduzir custos para sobreviver

edesioCoelhoO ano de 2015 trouxe lições para os empresários, principalmente em relação à transparência e à redução de custos desnecessários. Com a crise, as empresas passaram a cortar cada vez mais esses gastos em suas operações para preservar sua sobrevivência, seja abrindo mão de negócios que não são atividade principal ou demitindo. Um dos reflexos da Lava Jato foi também um despertar para a ética e para a transparência. As empresas estão cada vez mais atentas a funcionários, fornecedores e prestadores de serviços para evitar irregularidades, o que gera um efeito positivo em todo o mercado. O grande legado é justamente essa postura mais atenta a custos e mais exigente no cumprimento das normas, algo que já vinha evoluindo, mas ganhou ainda mais fôlego. 

Fonte: O ESTADO DE S. PAULO – Terça-feira, 15 de dezembro de 2015 | ECONOMIA | B5

Verified by MonsterInsights